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fev

AS 10 CASAS MAIS FAMOSAS E ICÔNICAS DA HISTÓRIA DA ARQUITETURA

casas mais famosas e icônicas
(imagem extraída de ArchDaily)

+ LISTA BDA | AS CASAS MAIS FAMOSAS E ICÔNICAS DO MUNDO

O que segue são as histórias resumidas de cinco das dez casas mais famosas e icônicas da arquitetura mundial escolhidas para completar a lista realizada pelo Blog da Arquitetura.

+ CASA DAS CANOAS, OSCAR NIEMEYER

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(imagem extraída de A Viagem dos Argonautas)

A Casa das Canoas está localizada em São Conrado, no Rio de Janeiro. Ela foi projetada por Oscar Niemeyer nos anos cinquenta e, sem sombra de dúvidas, é um dos melhores exemplares da arquitetura moderna brasileira. Muitos acreditam que essa residência é a síntese perfeita de tudo que o arquiteto havia experimentado desde a sua participação na Expo Nova Iorque, em 1939. Mas, ela é mais do que isso, foi o ponto de virada da carreira do profissional, que passou a buscar novas maneiras de empregar o concreto e de utilizar o meio externo como um elemento configurador de projeto.

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(imagem extraída de Manual do Arquiteto)
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(imagem extraída de Pinterest)

Pode-se dizer que a cobertura de laje plana – e de bordas sinuosas – vista em tantas obras famosas de Niemeyer começou a ser mesmo a sua marca a partir da Casa das Canoas. É ela que define, basicamente, todo esse projeto, ora contrastando e ora estando em harmonia com o entorno natural. Ela é um elemento importante que faz com que essa construção pareça “brotar” em meio a grandes rochas.

A bela e delicada estrutura, de pilares tubulares e esquadrias negras com vidros transparentes, repousa sobre um platô. Isso se deve a um artifício usado por  Oscar para enterrar parte dos ambientes da casa. No nível inferior está a ala íntima, com os dormitórios. Mas é no nível superior que está à zona com a sala de estar, jantar, cozinha e lavabo. É uma bela área aberta e visualmente exposta, mas, ao mesmo tempo, sombreada.

+ CASA DA CASCATA, FRANK LLOYD WRIGHT

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(imagem extraída de Jessica Lipowski)

A Casa da Cascata é o clássico das casas mais famosas e icônicas do mundo. Ela é perfeita em todos os detalhes; uma obra do mais alto grau de qualidade arquitetônica. Assim como fez Niemeyer na residência em São Conrado, Frank Lloyd Wright encontrou os meios certos de sincronizar seu trabalho com o ambiente natural de Mill Run, na Pensilvânia.


Veja Também: FRANK LLOYD WRIGHT: CONHEÇA A VIDA E OBRA DO MAIOR ARQUITETO AMERICANO DE TODOS OS TEMPOS


O volume dessa edificação americana está dividido em duas partes. Uma serve como ala principal, só para a família, e foi construída em 1938. Outra, finalizada em 1939, é onde está o quarto de hóspedes. A base de tudo isso são as rochas do lugar. O núcleo central da casa é a chaminé da lareira, considerado um lugar especial para a reunião de pessoas. E a partir desse ponto todos os grandes planos – alguns em balanço, como verdadeiras esculturas – se desenvolvem.  Pois é justamente isso que impõe a horizontalidade, um traço tão característico das obras modernas.

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(imagem extraída de ArchDaily)
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(imagem extraída de ‘nichitecture’ em Flickr)

Como o próprio nome da casa já explica, Wright quis integrar o incrível curso d’água existente na propriedade – a cascata – à obra arquitetônica. Sua ideia era fazer com que os futuros moradores pudessem sempre sentir a força do elemento, não visualmente, mas através do som. Nota-se que esse conceito era tão importante que o arquiteto propôs até uma escada para conduzir as pessoas até diretamente o riacho.

+ CASA GILARDI, LUIS BARRAGÁN

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(imagem extraída de KCRW)

De todas as casas mais famosas e icônicas do mundo, a Casa Gilardi é, talvez, a que fornece a maior experiência cromática aos observadores. Trata-se da última residência projetada pelo arquiteto Luis Barragá. Ela foi construída no ano de 1975, em um terreno da Rua General Francisco Ramírez, no bairro da Tacubaya, na Cidade do México. Só a escolha desse local já é o primeiro detalhe importante dessa obra, já que foi um manifesto do artista sobre como áreas populares, com habitações de pequena escala, sofrem pela pressão de um desenvolvimento mais urbanizado. Afinal, é a eterna luta entre o tradicional e o novo, o comum e o revolucionário.

Quando propuseram para Barragán fazer o projeto da Casa Gilardi ele se negou. Mas, ao visitar o local da obra, viu a bela árvore de jacarandá existente e reconsiderou. O arquiteto chegou a dizer para que não a cortassem, pois ela seria a base para toda a sua criação. E assim surgiu uma de suas obras mais impressionantes; uma residência repleta de espaços fluídos, coloridos e modernos.

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(imagem extraída de ‘areasvellas’ em Twitter)

Barragán espalhou significados por todos os recantos dessa casa. Muitas de suas mensagens, evocadoras e insólitas, podem ser percebidas através de certas perspectivas ou pela ação da palheta de materiais aplicados. Logo ao adentrar no primeiro cômodo, pode-se ver um amarelo bem saturado. Depois, passa-se pelo tom de rosa da circulação e o verde intenso da sala de jantar, que tem como pano de fundo o jardim.

Aliás, todos os ambientes da Casa Gilardi possuem uma ótima conexão com o exterior. Mas, nada se compara com o terraço. É nele que Barragán mais explorou a questão da relação das variações cromáticas com os espaços construídos. Esse jogo de composições abstratas, de planos desnudos, é a síntese da poética dessa construção.

+ CASA DE BORDEAUX,  REM KOOLHAAS

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(imagem extraída de Itstars.Co)

A penúltima das casas mais famosas e icônicas destacadas por esta lista de BDA é a Casa de Bordeaux. Essa obra-prima da arquitetura foi projetada pela empresa OMA, em 1998; e foi construída em Bordeaux, na França – exatamente como diz seu nome. Seu programa de necessidades previa ambientes para uma família cujo pai precisava andar de cadeira de rodas. Este chegou a dizer ao chefe da equipe de projetos, Rem Koolhaas, que “ao contrário do que você esperaria, eu quero uma casa complexa porque a casa vai definir o meu mundo”. E foi assim que os criadores viram esse trabalho, não apenas como uma simples casa, mas uma “máquina para viver”, adaptável, dinâmica e em constante estado de redefinição.

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(imagem extraída de Pinterest)
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(imagem extraída de The Hardt)

A OMA propôs um volume bastante simples para a Casa de Bordeaux. Ele é organizado em três níveis, ou andares, que definem toda a organização espacial, assim como as elevações da edificação. O primeiro é visualmente mais pesado, como um labirinto fechado, onde se encontram os ambientes de atividades íntimas da família. E o segundo é mais transparente e serve para as áreas de estar, fornecendo amplas vistas para a natureza ao redor.

Já o último nível é o mais opaco. É nele que ficam todos os dormitórios. Esses ambientes são iluminados por meio de orifícios, de diferentes tamanhos, que foram recortados nas fachadas. Parece que este volume, mais ao topo, está flutuando sobre os demais. Mas, não, isso é apenas uma ilusão devido ao vidro transparente do segundo andar. A ligação entre cada setor fica por conta de um elevador e uma bela escada em espiral.

+ CASA LOVELL , RICHARD NEUTRA

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(imagem extraída de Michael Lewi Photos)

E, finalmente, a última das dez casas mais famosas e icônicas destacadas pelo Blog da Arquitetura, a Casa Lovell.  Ela foi projetada por Richard Neutra, em 1929. Está localizada em Los Angelis; e é um dos maiores marcos do Estilo Internacional nos Estados Unidos. Ela deu fama ao arquiteto e representou o enorme avanço do design residencial naquele período. Foi a primeira edificação do tipo no mundo a ter estrutura em aço, material que só era empregado na construção de arranha-céus.

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(imagem extraída de ArchDaily)
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(imagem extraída de ArchDaily)

A Casa Lovell tem uma aparência muito simples. Ela consiste em uma série de planos sobrepostos e suspensos sobre um penhasco bem íngreme. Tal sistema estrutural só foi possível graças aos cabos tensionados presos ao terreno rochoso. O volume da edificação, como um todo, é dividido em três níveis – chegada, alojamento e piscina. É por meios de uma passarela de concreto e uma grande escadaria envolta em vidro que os visitantes podem ir de um ponto a outro. E no térreo destacam-se os pilotis, responsáveis pelo sustento dos panos em balanços.

Fontes: El País, Architectural Digest, AchiDaily.